Nessa canção, o saudoso Itamar Assumpção relata seu drama pessoal (rs) de ser confundido com Luiz Melodia.
Nasceste no Rio, Estácio
eu em São Paulo, Tietê
Os nossos passos com passos
afirmam ter tudo a ver
Não só na tonalidade
e também no jeitão de ser
Circula pela cidade
que sou cover de você
Tu és o Pérola Negra
já desde setenta e dois
Eu inventei Beleleú
só oito anos depois
Além desta pela preta
coisa comum em nós dois
Idéias músicas letras
não são só feijão com arroz
Dizem formarmos de fato
um belo par de malditos
Te chamam de Negro Gato
me tratam de Nego Dito
E já que talento é inato
isso tudo estava escrito
Num mundo cheio de chatos
até que somos São Beneditos
No mais sambamos de tudo
Funk soul blues jazz rock and roll
Trocamos tudo em miúdos
gravamos num disc show
Paixão amor sobretudo
aquele que começou
Mais grave ou mais agudo
slow speed or speed slow
Só falta agora contar
o que que houve outro dia
Assim que entrei num bar
desses da periferia
Alguém começou gritar
jurou que me conhecia
Mas no lugar de Itamar
disparou "Luiz Melodia"!
E é por essas e outras
que vamos contemporâneos
Compositor tão ilustre
Que bom ser teu conterrâneo
Tu abres eu fecho a boca
já tem mais de vinte anos
Então baby não se assuste
Pérola Negra, eu te amo
(Itamar Assumpção, "Bicho de Sete Cabeças, Vol. 1", 1993)
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