terça-feira, 15 de dezembro de 2009

O assassino era o escriba (Paulo Leminski)

Meu professor de análise sintática era o tipo do sujeito inexistente.
Um pleonasmo, o principal predicado de sua vida, regular como um paradigma da 1ª conjunção.
Entre uma oração subordinada e um adjunto adverbial, ele não tinha dúvidas: sempre achava um jeitoassindético de nos torturar com um aposto.
Casou com uma regência.
Foi infeliz.
Era possessivo como um pronome.
E ela era bitransitiva.
Tentou ir para os EUA.
Não deu.
Acharam um artigo indefinido na sua bagagem.
A interjeição do bigode declinava partículas expletivas, conectivos e agentes da passiva o tempo todo.
Um dia, matei-o com um objeto direto na cabeça.

Nenhum comentário:

Postar um comentário